quarta-feira, 24 de junho de 2015

Resenha do Livro: A Casa dos Muitos Caminhos

Resenha do Livro: A Casa dos Muitos Caminhos


Saudações da tia Hikari \õ/

Well, vamos começar a análise desse livro mágico da Diana Wynne Jones.

O livro A Casa dos Muitos Caminhos, é o último volume da série O Castelo Animado (Também adaptado para o filme pelo Studio Ghibli), seguido de O Castelo no Ar, escrita por Diana Wynne Jones, publicado em 2008.


Nas histórias de Jones, sempre existe um significado em entrelinhas. No caso de A Casa dos Muitos Caminhos, ela nos faz refletir sobre a insegurança emocional, a saída da zona do conforto para busca da realização pessoal, a importância do respeito à diferenças e o amadurecimento que temos que lidar durante a vida.

A insegurança para iniciar um determinado objetivo, sempre está presente em cada um e  cabe ao indivíduo se irá ou não se sobressair da zona do conforto, dando os primeiros  passos atingindo suas metas desejadas.

No início, por causa da superproteção pelos pais, fez Charmain se tornar uma pessoa menos confiante de si, que sempre refugiava-se nos livros quando a situação exigia responsabilidade.
Charmain teve a oportunidade de se sentir mais independente, quando tia Semprônia a indica para o mago Norland para cuidar da casa. A partir dessa mudança, Charmain aprende novas experiências. No começo, estava sozinha em casa (na verdade acompanhada de Desamparada, um cãozinho mágico), porém a casa recebe mais um hóspede, chamado Peter, um rapaz aprendiz do mago Norland.

Peter, era um jovem tanto otimista em suas magias, que em alguns momentos, fazia Charmain perder a cabeça. Por outro lado, a falta de habilidades domésticas por Chairman para ajudar na faxina da casa, fazia Peter sentir-se sobrecarregado, gerando discussões. Nessa situação, Jones introduz à importância do respeito à diferenças, fazendo quanto Chairman e Peter se tornarem menos teimosos, aprendendo um com outro os lados positivos e negativos que ao decorrer do livro, vão amadurecendo aos poucos.

Dando novos passos, saindo da zona do conforto, Charmain teve a possibilidade de abrir novos horizontes, seu sonho de se tornar uma bibliotecária real se tornou realidade, conhecendo pessoas novas e ainda, tendo a oportunidade de embarcar num mistério junto com a família Pendragon.

Foco narrativo

A obra é composta por dezesseis capítulos, sendo um livro de trezentos e duas páginas, com foco narrativo na terceira pessoa.  Como os volumes anteriores, a escrita é leve, a leitura flui muito bem, porém temos que ler com bastante atenção, para não ficar confuso com as trocas de identidades dos personagens.

Resumo


Nesta obra, conhecemos a nova protagonista da série Charmain Baker, uma jovem que tem gênio forte, sendo uma ávida amante de livros e que sempre foi superprotegida pelos pais, principalmente pela mãe, cuja não permite que a realização de quaisquer tarefas domésticas e contato com magia (as quais ela considera pouco respeitáveis). Seu sonho é ajudar a catalogar o acervo da biblioteca real. Charmain até envia uma carta ao rei se candidatando ao cargo.



Certo dia, Tia Semprônia indica Charmain ao mago tio-avô William Norland, para que ela cuide da casa enquanto ele fará um tratamento com os elfos, devido ao um tumor que só esses elfos podem ajudá-lo. Sendo assim, tia Semprônia consegue convencer com que a Sra. Baker, mãe de Chairman, para que sua filha possa cuidar da casa do tio-avô por alguns dias, até que ele volte curado.

No início, Charmain achou tudo isso esquisito, teria que sair da zona de conforto e deslocar-se em um lugar que nunca havia conhecido. Porém, enxergou uma luz no fundo do túnel, ela teria mais tempo para terminar de ler seus livros.

Chegando à casa do tio-avô William, observou que a residência não era nada do que havia imaginado. Era uma simples casinha esmaecida, no grande terreno com um jardim na frente. Charmain sentiu-se desapontada. A casa era uma bagunça: A louça cheia de pratos, amontoados de roupas sujas para lavar e no meio dessa sujeira, Charmain encontrou um filhote de cachorrinho fêmea chamado Desamparada, que irá acompanhá-la nas aventuras à frente. Ao contrário do lado de fora, a casa é muito mais espaçosa, tendo várias portas com saída para outros lugares.

Existe um cômodo onde o mago Norland pratica suas magias, batizado pela Charmain de: Studio do tio-avô William, que é repleto de livros místicos e grossos sobre manual de como realizar um certo tipo de magia e afins. É claro, que Charmain não deixou de passar a possibilidade de praticar magia.
Ela realizou uma magia que podia voar. E nas suas expedições, teve um encontro acidental com um Luboque, uma criatura perigosa, que pretende tomar para si todo o reino da Alta Norlanda.

Com falta de habilidades domésticas, em meio à sensação de incapacidade em cuidar da casa, as primeiras experiências com magia, o encontro com um assustador luboque e com um atrevido (Smurf) kobold chamado Rollo, surge Peter, o filho da Bruxa de Montalbino. Ele diz que possui habilidade com magia e que foi enviado pela mãe, para ser aprendiz do mago William. Ao decorrer da história, os dois sempre estão discutindo entre si por motivos sem relevância que é muito engraçado, como no trecho abaixo:
" - Que dia é hoje? – Perguntou ela.Peter colocou a panela grande que carregava, silvando o sabão, no fogo.- Eu lhe digo se você me disser onde ele guarda o sabão. – Disse ele.- Que chato você! – replicou Charmain. – Está na despensa, em uma sacola com o rótulo de alguma coisa como Caninitis. Agora, que dia é hoje?- Panos de prato – disse Peter. – Primeiro me diga onde ficam os panos de prato. Sabia que tem mais duas sacolas de roupa suja na despensa agora?- Não sei onde tem panos de pratos – afirmou Charmain. – Que dia é hoje?- Primeiro os panos de prato – insistiu Peter. – Ele não me responde quando pergunto.- Ele não sabia que você viria – disse Chairmain. – Já é quarta-feira?- Não vejo por que ele não saberia – observou Peter. – Ele recebeu minha carta. Pergunte pelos panos de prato.Charmain suspirou:- Tio-avô William – disse ela – , este garoto estúpido quer saber onde estão os panos de prato, por favor.A voz gentil respondeu:- Sabe, minha querida, eu quase esqueci dos panos de prato. Eles estão na gaveta da mesa.- É terça-feira – disse Peter, puxando a gaveta com força, o que a fez abrir quase na barriga de Chairmain. Enquanto pegava punhas de panos de prato, ele continuou: Sei que deve ser terça feira porque saí de sua casa no sábado e levei três dias para andar até aqui. Satisfeita? “

Apesar disso, Peter ajuda nas tarefas domésticas da casa, fazendo Charmain botar a mão na massa mesmo sem sua vontade, gerando mais e mais discussões. Porém, com ele, Charmain aprende a rever seu modo de agir. Além disso, eles começam a explorar a casa do tio-avô William. O que no começo parecia um imóvel com apenas uma sala e uma cozinha, revela-se um labirinto mágico de cômodos e caminhos.

Lembra da carta que Charmain enviou ao Rei, se candidatando ao cargo de bibliotecária? Felizmente após a entrevista, Charmain é contratada. Porém, a função dada não foi o que ela tanto desejava, como imaginava que trabalhar em livrarias é apenas passar o tempo lendo e catalogando livros, que na realidade é muito diferente.   

A princesa Hilda, deu as instruções da função à Charmain, que era para fazer descrições de cartas/livros por assunto, remetente e autor.  Charmain achou o trabalho um tanto tedioso, porém a companhia do rei era agradável, nas tardes os dois se divertiam, com as mensagens engraçadas, como as cartas de amor que o rei enviava à sua esposa quando era jovem. Também, não poderia faltar os deliciosos petiscos de Jamal, que segundo Chairmain, ele era o um cozinheiro muito bom quanto o pai, cujo era dono de uma padaria.

Numa tarde, princesa Hilda e o rei, recebem visitas na mansão real. E quem são? Sim! A família Pendragon! É o que não poderia faltar. O Morgan, filho de Howl e Sophie, que era bebê no O Castelo no Ar, já está com dois ou três anos no terceiro volume, uma graça de criança.


No começo da visita foi tudo as maravilhas, porém a paz acaba quando Morgan, chega à sala chorando, acompanhado do demônio do fogo Calcifer e Howl dessa vez, com identidade de um criança chamado Faísca. 

Mas o que eles estão fazendo na mansão real? A questão, é que Howl e Sophie foram contratados para achar o tesouro real que está desaparecido, momentos depois, pedindo ajuda à Charmain.

Comentários

Como uma aranha habilidosa, Jones tece as teias no início do livro, criando o clímax envolvente, no qual cada capítulo vai se encaixando do meio para o fim da obra, culminando em um desfecho surpreendente. E mesmo sendo um livro do gênero infanto-juvenil, Jones não deixa de trazer reflexões importantes que devemos compreender nas entrelinhas.

É uma grande perda, por ela não estar mais neste mundo para criar mais de suas histórias mágicas e envolventes para nos divertir. Fico imaginando, como seria o filme se Hayao Miyazaki, decidisse fazer a continuação da trilogia, seria épico!

Com certeza, é um livro/trilogia que deve ser lido muitas e muitas vezes.  
Se não leu os primeiros livros da série é recomendável lê-los em ordem: O Castelo Animado, O Castelo no Ar e A Casa dos Muitos Caminhos. Mas os três livros funcionam com histórias independentes entre si, não sendo necessário a leitura dos anteriores para a compreensão e bom proveito desta que certamente é uma boa leitura.


Nota:
Capa: 8/10
Narrativa: 9/10
Enredo: 10/10
Personagens: 10/10
Análise por: Hikari

Sobre a autora:



Diana Wynne Jones (Londres, 16 de agosto de 1934 — Bristol, 26 de março de 2011)1 foi uma escritora britânica, que escreveu livros do gênero fantasia (livros infantis e adultos) e alguns livros de não-ficção. É conhecida no Brasil por sua série Os Mundos de Crestomanci, e por ser a autora do livro que deu origem ao filme Howl's Moving Castle, adaptado pelo diretor japonês Hayao Miyazaki.   

Fonte: Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Diana_Wynne_Jones

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